
" Se a obra de arte proviesse da intenção de fazê-la, podia ser produto da vontade. Como não provém, só pode ser, essencialmente, produto do instinto; pois que instinto e vontade são as únicas duas qualidades que operam. A obra de arte é, portanto, uma produção do instinto. O drama, sendo primariamente uma obra de arte, é-o também."
Fernando Pessoa
Não espero conter os vícios do bem profano nem mesmo tê-los de presente, apenas ouço meus reclames, que embora firmes, mostram a mais pura das inseguranças humanas, o ato de aceitá-las. Refletindo assim encontro nas gravuras um pouco de mim e um pouco do que arquitetei durante anos.
Perante ao frio e ao medo da escuridão busco refletir sobre as faltas existentes desde a infância até a fase adulta... Onde estará minha Gioconda?
Derramo as cores sobre um papel sujo. E bem diante dos meus olhos, uma suave esperança, aquela que me deixa livre pra pensar o que quiser, aquela que ao caminhar no sentido aleatório mostra o verdadeiro ato de descobrir a vida. Eis que surge uma porta fechada e entre suas frestas, raios de luzes coloridas que me guiam ao paraíso... Ou será inferno?
Sigo em frente, minha mão na maçaneta, aquela dúvida e a dificuldade. Um momento tão difícil que nem Kafka com sua metamorfose poderia descrever.
Info: A imagem vista é uma obra intitulada de "A Divina Comédia (Inferno - Canto 17)", um Graba' de 2003.
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